Temos ou Não Livre-Arbítrio?

Mas afinal, temos ou não temos livre-arbítrio?
A resposta a essa pergunta é simplesmente: Não. Não temos livre-arbítrio.

Se tivéssemos livre-arbítrio teríamos a possibilidade de fazer escolhas sem nenhum tipo de condição determinante. Quando temos diante de nós a escolha entre o bem e o mal, entre o certo e errado, não temos livre-arbítrio, apenas livre agência. A própria sugestão da escolha entre somente duas alternativas ou mesmo uma terceira, quantas quiser, já implica por si só em uma condição determinante: ou um, ou outro.

Somente agentes livres podem decidir, sob sua responsabilidade, entre fazer o que é certo e o que é errado, dizer a verdade ou a mentira. O problema é que a livre agência também é condicionada de modo determinante.

Deus propõe que os seres humanos façam o que é bom, mas eles fazem o que é mal. Em Deuteronômio 30.19 Ele propõe a vida e a morte, a bênção e a maldição e sugere: escolha a vida. Mas nunca escolhemos bem, pois, como diz Paulo em Romanos 7.15-23, quando faço o bem, é a minha condição determinante que me induz a fazer o bem pelo orgulho, vaidade e justiça própria. Se faço o que é mal, apenas estou igualmente cedendo livremente ao pecado que afeta minhas escolhas. Em todo caso, fazendo o bem ou fazendo o mal, não sou eu quem escolhe, mas o pecado em mim, logo, não tenho a liberdade incondicional de escolher. A questão é que fomos criados bons, mas a única escolha verdadeira é fazer o mal, pois nos corrompemos.

Somente em Cristo existe a possibilidade de termos uma livre agência determinada pela vontade de Deus que é boa, agradável e perfeita. Pois todos os que são de Deus são guiados pelo Espírito de Deus. E dessa forma, também estes não possuem poder de livre-arbítrio, mas de livre agência que é determinada pela direção do Espírito Santo. Jesus mesmo sempre disse que veio para fazer a vontade do Pai, não a sua própria. Ele também ensinou a que orássemos assim: “faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu.”

Portanto, pecadores e santos não possuem livre-arbítrio, mas livre agência determinada; um pelo pecado o outro pelo Espírito de Deus. Então, se existe mal no mundo, não é pela vontade de Deus, mas pelas escolhas precondicionadas dos seres humanos. É porque muitos seres humanos não têm o Espírito de Deus para fazer o que é bom, certo, justo e verdadeiro e decidem com base em sua própria vontade afetada pelo pecado.

Logo, são eles que praticam os males que existem e escolhem isso pois, sem Deus, estão condicionados pelo pecado a fazer o que é mal. E mesmo quando fazem o que é bom, o fazem por motivos determinados por sua própria mente, não pela vontade de Deus.

Da próxima vez que ouvir alguém questionar por que Deus permite tanto mal e sofrimento no mundo, lembre-se de que temos livre agência e não livre-arbítrio. E não é que Deus permita ou não se importe, ele nos fez livres, mas nossa liberdade sempre é afetada pela nossa condição. E mesmo sendo livres, ele permanece soberano e nós responsáveis. Ele soberanamente lida com nossas escolhas erradas, e nós miseravelmente sofremos pelas consequências delas. Afinal, todos prestaremos contas de nossas ações e omissões.

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